Cinco livros para quem deseja viajar o mundo

por Eliézio Ferreira

Viajar pelo mundo é um sonho para muitas pessoas, uma pena que seja tão caro, não é mesmo?

Porém, você sabia que existe uma forma de fazer isso, sem gastar tanto e nem sair de casa?

Através da literatura podemos desbravar riquezas históricas e culturais de países da América, Europa, África, Ásia e Oceania.

Ficou interessado(a)? Então, aperte os cintos que nossa viagem rumo a cinco livros de diferentes lugares do mundo já vai começar.

A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas, de Maria José Silveira

Começando com as belezas locais, ao acompanhar uma linhagem de mulheres indomáveis, “A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas”, escrito por Maria José Silveira, reconta a história do Brasil pelo ponto de vista feminino.

As protagonistas desse romance sobreviveram à exploração desenfreada do pau-brasil, da cana-de-açúcar e do ouro, à dominação e à opressão não apenas dos colonizadores e das ditaduras, mas também de seus parceiros, maridos e amantes.

Uma história que se desenrola por mais de quinhentos anos até chegar à última descendente, nascida no início do século XXI.

Toda a minha ira, de Sabaa Tahir

Subindo um pouco para a parte norte da América, encontramos os personagens de "Toda a minha ira", escrito por Sabaa Tahi.

O livro conta sua história através do ponto de vista de três personagens que habitam a paisagem desértica da cidade de Juniper, localizada na Califórnia.

Misbah e Salahudin (ou Sal, seu apelido) são mãe e filho, e administram um hotel na cidade, o Clouds`Rest Inn Motel. Já Noor é a melhor amiga de Sal, e tem Misbah como uma figura materna.

No começo da história, descobrimos que os amigos de infância brigaram por um motivo desconhecido. A briga afeta muito Misbah, que está doente.

Depois de um momento de virada na narrativa, os ex-amigos voltam a se reconectar e tentar preencher novamente suas vidas, que ficaram tão desertas quanto o deserto do Mojave que circula sua cidade.

Cidadã de Segunda Classe, de Buchi Emecheta;

Aqui faremos uma ponte aérea Nigéria-Inglaterra, e vamos aterrizar nos anos 60, para conhecer Adah, uma nigeriana que, visando conquistar uma vida mais independente para si e seus filhos, emigra em direção a Londres.

O que a protagonista de "Cidadã de Segunda Classe", escrito por Buchi Emecheta, não esperava era encontrar, em um país visto por muitos nigerianos como uma espécie de terra prometida, novos obstáculos tão desafiadores quanto os da terra natal.

Além do racismo e da xenofobia que Adah até então não sabia existir, ela se depara com uma recepção nada acolhedora de seus próprios compatriotas, enfrenta a dominação do marido e a violência doméstica e entende que, dos cidadãos de segunda classe, espera-se apenas submissão.

Todas as cores do céu, de Amita Trasi

Pegando os caminhos para a Índia, vamos conhecer a impactante história de "Todas as cores do céu", escrita por Amita Trasi.

Aos dez anos, Mukta é forçada a seguir um ritual de sua casta, que, essencialmente, a torna uma prostituta. Para salvá-la desse horrível destino, um homem a resgata e lhe dá um lar.

Tara, filha dele, cria um laço especial com a criança recém-chegada, um vínculo tão forte quanto o de irmãs. A amizade sofre um baque definitivo, entretanto, quando Mukta é sequestrada.

Anos depois, vivendo nos Estados Unidos, Tara retorna à Índia para encontrar a amiga que, ao que tudo indica, foi submetida novamente à prostituição.

Kim Jiyoung, Nascida em 1982, de Cho Nam-Joo;

Embarcando na hallyu ou “onda coreana”, vamos chegando na nossa ultima parada e visitar uma Coreia do Sul que nada lembra o mundo fantasioso dos k-dramas.

Com uma narrativa sutil e, ao mesmo tempo arrebatadora, "Kim Jiyoung, nascida em 1982", escrito por Cho Nam-Joo, retrata a realidade de uma jovem coreana e os profundos impactos da desigualdade de gênero na vida das mulheres

Jiyoung, nossa protagonista, largou seu emprego em uma agência de marketing para cuidar da filha recém-nascida em tempo integral, como acontece com muitas mulheres coreanas na vida real.

Mas, em pouco tempo, ela começa a apresentar sintomas de uma doença estranha, que preocupam o marido e os sogros: ela personifica vozes de outras mulheres conhecidas, vivas ou mortas, como se incorpora-se aquela presença.

A estranheza de seu comportamento cresce na mesma proporção que a frustração do marido, que acaba aconselhando a esposa a se consultar com um psiquiatra.

Esse foi o pacote de viagens da Depois dos Créditos Linhas Aéreas Literárias.

Gostou? Ficamos te esperando para uma próxima.