Invocação do Mal 4 - O Último Ritual: O adeus emocionante aos Warrens (COM SPOILERS)
- podcastdepoisdoscr
- 6 de set.
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O último caso de Ed e Lorraine chega às telas como uma despedida emocionante
Por Luan Feitosa

O filme "Invocação do Mal 4: O Último Ritual", lançado em 04 setembro de 2025, marca a conclusão da saga de Ed e Lorraine Warren, interpretados por Patrick Wilson e Vera Farmiga. Ambientado em 1986, o longa acompanha o casal em seu último caso, combinando tensão sobrenatural com momentos de forte carga emocional, e apresentando o casamento de Judy Warren (Mia Tomlinson), filha dos protagonistas.
O quarto filme da franquia adapta o chamado “Caso do Espelho”. A base histórica vem do caso da família Smurl, investigado pelos Warren na década de 1980, na Pensilvânia. Os verdadeiros Jack e Janet Smurl afirmavam que sua casa era palco de manifestações demoníacas intensas, que incluíam odores insuportáveis, ruídos estranhos, ataques físicos e aparições de figuras sombrias. Para Ed e Lorraine, a residência não abrigava só espíritos, mas também um demônio que usava aquelas entidades como instrumento de tormento. O caso gerou polêmica, enquanto os Warren o apresentavam como um dos mais violentos que enfrentaram, um dos céticos como o filósofo que perseguia os Warren alegando que eles eram uma farsa, Paul Kurtz sugeriram que os relatos poderiam ser resultado de problemas psicológicos ou até invenção.
No filme, a história é ressignificada com a introdução de um objeto amaldiçoado, um espelho misterioso, ligado a um flashback dos anos 1960, quando Lorraine estava grávida de Judy. Esse espelho se torna o epicentro da maldição na trama, atraindo forças malignas e conectando passado e presente dos Warren. Quando o artefato chega à casa dos Smurl, ele catalisa a onda de terror, transformando a investigação em um confronto pessoal para Ed, Lorraine e, especialmente, Judy, que herda a sensibilidade psíquica da mãe.
O ponto alto do filme acontece quando Lorraine e Judy se veem presas em reflexos distorcidos de si mesmas. A cena do corredor de espelhos, visualmente impactante, marca um dos momentos mais criativos da direção de Michael Chaves, e serve como ápice do ritual final. A simbologia é clara, o espelho não reflete o sobrenatural, reflete o peso e a despedida dos Warren.
O filme equilibra momentos de drama familiar, a saúde de Ed, as habilidades sobrenaturais de Judy e a rotina diária do casal, com sequências de terror que o diretor Michael Chaves, executa com mais cuidado que em trabalhos anteriores, evitando abusos de CGI e jump scares previsíveis. Destaca-se a passagem no hall de espelhos, temos tensão psicológica com efeitos visuais criativos, e a exploração da casa assombrada da família Smurl, onde um espelho antigo se torna o antagonista central da saga, revelado em uma impactante cena pós-créditos.
Além dos Warrens, o filme traz de volta personagens de casos anteriores, proporcionando uma despedida nostálgica aos fãs. A família Perron (“Invocação do Mal 1”) retorna para o casamento de Judy Warren, assim como David Glatzel (“Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio”) e Janet Hodgson (“Invocação do Mal 2”), acompanhados de suas respectivas famílias, em participações especiais que homenageiam os icônicos casos investigados pelos Warrens.
Nos bastidores, o diretor compartilhou que a produção foi marcada por um clima de despedida, e os atores relataram momentos curiosos durante as filmagens, incluindo eventos místicos que reforçam a atmosfera sobrenatural da franquia. Vera Farmiga e Patrick Wilson destacaram a forte parceria construída ao longo dos anos, encerrando suas jornadas com emoção e gratidão.
A crítica reconhece o esforço de O Último Ritual em concluir a saga dignamente. Ele não supera o terror clássico do primeiro filme ou a intensidade de Valak no segundo, mas entrega uma experiência de encerramento que homenageia o legado dos Warrens e dos casos que eles investigaram. A combinação de nostalgia, drama familiar e horror visual faz deste capítulo final um tributo emocional, garantindo que a história de Ed e Lorraine encerre com respeito, calor humano e uma última dose de medo.
A cena pós-créditos exibi imagens reais de Ed e Lorraine ao lado do verdadeiro “Conjuring Mirror” o Espelho Amaldiçoado, peça que existia no museu do casal. Esse detalhe funciona como um elo entre ficção e realidade, além de explicar o próprio título da franquia. Assim, o objeto amaldiçoado sustenta a narrativa do último filme.
Nota do crítico: Cinco estrelas do Letterboxd
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