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O que você pode ver sobre IA?

  • podcastdepoisdoscr
  • 31 de jul. de 2023
  • 9 min de leitura

Nosso próximo episódio chegou, e o tema IA não sai da nossa boca. Decidimos então realizar mais uma curadoria com as nossas indicações sobre o tema e dar nossa opinião (mais uma vez) sobre esse assunto. Então vamos lá!


Eliézio


Start-Up (Apostando Alto)


A minha indicação é o k-drama Start-Up ou Apostando Alto, perfeito para aqueles ou aquelas, que assim como eu, tem interesse por essa ideia da evolução tecnológica e o desenvolvimento da inteligência artificial (I.A.), mas não se atraem por história onde esse é o único foco.


Lançado em 2020 na Coreia do Sul e presente no catálogo da Netflix, conta a história de Seo Dal-mi (Suzy), uma jovem que na infância teve que lidar com a separação dos pais e o afastamento da irmã mais velha, que escolheu morar com mãe e seu novo marido rico, enquanto ela ficou com o pai e a avó pobres.


Levando uma vida cercada de simplicidade, ela ainda tem que lidar com a perda precoce da figura paterna, que acaba morrendo em uma daquelas cenas super melodramáticas que as produções asiáticas entregam com maestria. Ela cresce então com a ideia de realizar o sonho do pai em se tornar uma empresária de sucesso.


No meio desse drama familiar, a inteligência artificial surge quando a história da protagonista feminina se mistura com a do protagonista masculino, Nam Do-San ( Nam Joo-hyuk). Ele é uma antiga criança-prodígio, que na infância conseguiu vários prêmios no campo da matemática. Quando cresce, vira programador, mas não consegue êxito na área, tendo uma empresa falida com seus dois melhores amigos. Mas, com a ajuda Dal-mi, que tem um grande senso de liderança para negócios, mesmo não tendo se formado em nenhuma área, Do-San vai começar a trilhar um caminho de sucesso nesse meio da criação de produtos comandados por I.A.


O drama é bem mais do que eu pude resumir nesse texto, trazendo muitas discussões interessantes, falando sobre mercado de trabalho, relações familiares complexas, o lado bom e o ruim das novas tecnologias e ainda nos envolve em um triângulo amoroso bem divisivo embalado por uma trilha sonora excepcional.


Beatriz


A dinâmica das inteligências artificiais na “recriação” de artistas falecidos


Relembrar artistas que já se foram é um conforto para o coração dos fãs, que se conectam com as obras e resgatam a essência dessas pessoas. Com o avanço das tecnologias, a nostalgia pôde dar um passo adiante para manter a memória viva, porém de formas controversas. O uso de inteligências artificiais (IA) está em constante expansão, abrindo possibilidades de criar, recriar, improvisar e renovar toda e qualquer arte. Com a música, não é diferente. Essas tecnologias permitem a emulação de vozes de artistas falecidos, hologramas, imagens computadorizadas dessas pessoas, e assim por diante.

Mas, até que ponto criar novas “versões” desses indivíduos é preservar seus legados? Será que eles permitiriam essa apropriação de suas vidas? O debate pode ser amplo, com defensores e opositores da questão. O ponto essencial é entender as transformações desse novo formato de resguardar o acervo artístico e pessoal daqueles que partiram. Duas notícias envolvendo essa temática chamaram a atenção no último mês: a propaganda da Volkswagen com Elis Regina e o veto de Madonna ao uso de sua imagem após a morte.


No primeiro caso, a empresa automobilística fez um vídeo publicitário recriando a cantora falecida em 1982. Além disso, adicionaram a performance da música “Como nossos pais”, escrita por Belchior e eternizada na voz de Elis. A reconstituição da artista beira o bizarro, bem como a construção da “personalidade” dela nessa propaganda. Elis era abertamente contra a Ditadura Militar brasileira e a escolha da canção, que fala sobre luta, opressão e renovação, também não se encaixa com o passado da Volkswagen, que foi uma das empresas alinhadas com o regime. Essa situação permite a observação do seguinte ponto: De que maneira essas recriações honram a imagem dos falecidos? Certamente, colocá-los em realidades que fogem aos seus princípios em vida não parece ser uma maneira justa de fazer essa homenagem.



Já Madonna, observando a onda de manipulações via inteligência artificial, tomou a iniciativa de preservar sua imagem pós-morte. Após sair da UTI, em razão de uma infecção bacteriana, a cantora mudou seu testamento e proibiu o uso de hologramas e criações por IA após sua morte. O motivo da decisão foi para evitar dilapidar seu legado cultural, além dela também não concordar com empresários e gravadoras lucrando com uma versão criada sem seu consentimento. Madonna pôde antever esses acontecimentos, por acompanhar a dimensão que as inteligências artificiais estão tomando ao “ressuscitar” artistas, por vezes de forma não justa ou fiel às personalidades destes.


Preservar o legado de quem partiu e manter seus valores resguardados deveria ser o norte dessas criações via tecnologia. Sem destoar do original, sem ultrapassar limites éticos impostos por essas personalidades em vida. Elaborar versões novas, nesse caso, não é o caminho mais interessante, pelo fato de não ter a autorização e a aprovação do que se está sendo feito com a imagem de um indivíduo. A fama não exclui alguns dos princípios básicos da vida: ter autonomia para fazer escolhas e definir nossas opiniões. Recriar quem não pode tomar essas decisões é um ato de violação da essência humana e real.


Alanda


Black Mirror

Pra mim não tem como falar de Inteligência Artificial sem falar da série “Black Mirror” quando falamos de produções da cultura pop claro, já que IA já é uma realidade e se apresenta em vários setores das nossas vidas. E é um assunto que desperta muita curiosidade, o que pode ser feito com a IA, existe um limite? Bom, é difícil ter uma resposta concreta mas os cientistas estão empenhados em fazer essa tecnologia funcionar e também sanar nossas dúvidas sobre o que parece ser na minha opinião o começo de uma nova era para a humanidade. Para ilustrar isso tudo quero indicar dois episódios da série citada acima:


“Rachel, Jack and Ashley Too”

Protagonizado pela querida Miley Cyrus, o episódio conta a história uma popstar, Ashley O, que tem em suas músicas letras ultraotimistas, mas vida pessoal obscura, pois é controlada pela sua tia e agente e drogada pelo seu médico pessoal. A história se divide entre essa personagens e as irmãs, Rachel e Jack, que perderam a mãe. Cada uma tenta lidar com a perca de uma forma, a Rachel é uma grande fã as artista pop, e logo quando é lançada uma versão da mesma como robô é uma das primeiras a adquirir a chamada “Ashley Too”, tecnologia guiada por IA, que se torna uma companheira para a menina. A boneca acaba levando a ligação da Rachel com sua artista favorita e descobre que a vida dela não chega nem perto de ser o mar de rosas que suas músicas transmitem. É uma série com muita ação e podemos ter um exemplo de como a IA pode estar no nosso cotidiano.


“Be Right Back”

Com vozes de cantores que já morreram sendo reproduzidas cantando músicas atuais, com artistas já mortos sendo protagonistas de comerciais como se ainda tivessem vivos, não tinha como não lembrar de outro episódio da série, a história é um tanto quanto bizarra, mas muito interessante, aborda o luto, o sentimentos, e como a tecnologia pode ir muito além do imaginado. A sinopse da Netflix fala “Quando o seu marido Ash é morto em um acidente, Martha é tentada a continuar em contato com ele através de uma rede social que acompanha durante o luto, permitindo que ela receba notícias e até se comunique com o falecido”. E isso fica ainda mais estranho quando a empresa que gerencia a rede social oferece a ela a experiência de ter contato físico com o falecido, através de um robô que pasmem , é uma cópia idêntica do seu marido. Claro que isso tudo gera muitas crises existências para a personagem e nos leva a refletir sobre os limites da tecnologia. Recomendo demais esse episódio para quem ama assuntos sobre Inteligência Artificial.


M3GAN

Outra produção que nos últimos tempo foi muito falada é o filme “Megan”, do gênero terror ela também fala sobre IA, segue sinopse do site AdoroCinema “Em M3GAN, seguimos uma jovem garota chamada Cady, que teve seus pais mortos em um acidente de carro e é deixado sob os cuidados de sua tia Gemma, uma roboticista de uma empresa high-tech de brinquedos de criança em Seattle. Gemma trabalha no desenvolvimento chamado M3GAN, um robô humanoide, designada para ajudar a criança e ser companhia para elas. Mas após um teste que ocorreu mal, o projeto foi cancelado. Sem ter alguma conexão com a sobrinha e sempre sendo workaholic, Gemma presenteia M3GAN para a sobrinha após ela querer a "boneca". O modelo finalizado é emparelhado com Cady, e convence a empresa do potencial de sucesso do projeto após observar as interações de M3GAN com Cady. À medida que o tempo passa, M3gan acaba ficando mais independente e andando pela casa sem qualquer ordem, além de matar qualquer coisa que ela considere uma ameaça para Cady. Mas os dias passam e M3GAN pode parecer mais uma ameaça para Cady e Gemma do que imaginado.” Deu pra perceber pela sinopse que tem um pouco de referência do clássico o Boneco Assassino, porém com um certa carga emotiva, mas o filme é recheado de ação e momentos de suspense, A M3GAN retrata um lado mais sombrio da tecnologia, o que é um medo de muitos quando se fala em IA, mas obviamente isso tudo é ficção, de qualquer forma vale a pena dar uma conferida no filme que foi muito bem avaliado pela crítica.


Manoel


Portal 1 e 2


Tendo o seu primeiro jogo lançado em 2007, e sua continuação tendo sido publicada em 2011, a franquia Portal se trata de dois jogos e alguns spin-offs e produções secundárias com foco em quebra-cabeças. É um dos jogos mais inovadores e mais divertidos que qualquer um que curta o estilo possa aprender a gostar.


Se passando em uma realidade futurista em que a raça humana deixou de existir, controlamos a última pessoa da terra, Chell, tentando escapar de um laboratório gerido pela Inteligência Artificial GLaDOS (Genetic Lifeform and Disk Operating System, em tradução livre: Forma de Vida Genética Operada por Disco). GLaDOS é uma IA engraçada, vilanesca e muito mais humana do que estamos acostumados a ver em séries, filmes e até em outros jogos. No segundo jogo, também conhecemos Wheatley, outra IA, sendo essa ainda mais engraçada que a primeira.


Ambas as IAs possuem um senso de humor bastante único, sendo GLaDOS uma das personagens mais engraçadas e mesquinhas dos jogos. É bastante divertido jogar como uma personagem que não se comunica em nenhum momento, mas ter um robô como sendo a voz que guia a aventura (e ainda por cima entra com um número musical impressionante).


Embora divertido, é interessante ver como as IAs nos dois jogos se comportam como humanos, principalmente no lado da ganância. Me lembra bastante a história da Inteligência Tay, uma IA lançada pela Microsoft em 2016 e que construiu uma identidade enquanto navegava pelas mensagens que recebia pelo Twitter. Sabendo que ela aprendia comportamentos com o Twitter, podemos ver para onde foi essa história…



Gabriela


HOLO, MEU AMOR: A inteligência artificial tem a capacidade de amar?


Você já se apaixonou por uma pessoa improvável? Muitos dizem que o amor não é óbvio e que ele pode surgir de forma espontânea e inesperada. Holo, meu amor é um dorama de 12 episódios lançado em 2020 pela Netflix que trabalha muito bem esta temática. O enredo conta a história de Han So-Yean uma mulher solitária que sofre de prosopagnosia (cegueira facial) isso impedia que ela enxergasse o rosto das pessoas. So-Yeon encontra um óculos, aparentemente comum, o que ela não sabia é que tinha nas mãos um novo programa de inteligência artificial chamado Holo.


Desde então, So-Yeon começa a se relacionar com I.A. Holo, um holograma criado por Ko Nan-do, ambos possuíam as mesmas feições, porém a personalidade é completamente diferente. Holo é amigável, confiável e descontraído facilmente cativa So-Yeon fazendo com que ela se torne a testadora dessa nova tecnologia. O que o criador não sabia era que Holo também desenvolveria sentimentos ao mesmo tempo que perceberia os limites da inteligência artificial. No drama mostra o desenvolvimento dos sentimentos deste holograma, que chega ao ponto até mesmo de amar alguém.


Holo, meu amor foca nas lutas diárias de cada personagem, que por sua vez tem que lidar com seus traumas e medos que cercam a vida adulta. Onde é possivel vê o amadurecimento de cada personagem, a função de Holo era facilitar a vida das pessoas. O que era pra ser apenas uma relação entre: Uma humana e uma I.A. toma maiores proporções. O que nos faz pensar: Traumas podem ser superados através de um mecanismo que não é humano? A inteligência artificial possui a capacidade de amar? Esses questionamentos não são nenhuma novidade para ninguém, a série aborda essas temáticas de uma forma muito intensa e deixa bem claro que a vida não é nem um pouco artificial. Vale a pena assistir!


Nathalie


Celebrity


Os filmes e séries asiáticos estão com tudo na Netflix mesmo, né? Afinal, nos últimos tempos, produções como "Round 6" e "Uma Advogada Extraordinária" fizeram o maior sucesso por lá. E agora veio aí mais uma - o dorama "Celebrity".


A ideia de "Celebrity" é mostrar o que acontece quando uma garota chamada Seo A-ri fica famosa de repente após ganhar milhões de seguidores nas redes sociais. Entre as consequências enfrentadas por ela, estão inclusive ataques e ameaças online de seus inimigos, que farão com que a história se transforme em um suspense. A produção também deve trazer críticas à falsidade das redes sociais, nas quais todos sempre se mostram felizes.


Assim, "Celebrity" vai contar com reflexões sérias e bem pertinentes atualmente, apesar de também ter a intenção de ser divertida e engraçada.


O dorama traz à tona questões tecnológicas como o uso exacerbado das redes sociais e suas consequências e um assunto que anda super em alta ultimamente, Inteligência Artificial. O uso da IA no drama nos mostra um pouco como funciona esse mundo novo que está surgindo e algumas situações que podem ocorrer.


Contudo, o roteiro da série é espetacular e vale muito a pena assistir, tanto para se inteirar nesse mundo virtual das blogueiras, quanto nesse novo horizonte que surge com as IAs.

 
 
 

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