Paper Girls: Nem sempre o futuro acontece como imaginamos
- podcastdepoisdoscr
- 15 de set. de 2022
- 2 min de leitura
No meio de viagens no tempo, robôs e guerras, a história discute as dores do crescimento.
Por Eliézio Cícero

Erin (Riley Lai Nelet), Mac (Sofia Rosinsky), Tiffany (Camryn Jones) e KJ (Fina Strazza), eram quatro desconhecidas até se conhecerem durante a madrugada enquanto entregavam jornais após a noite de Halloween de 1988. Com esse encontro improvável, algo ainda mais inacreditável acontece: elas viajam no tempo.
Nesse breve resumo, você já pode imaginar as altas confusões do barulho que essas meninas vão aprontar, não é mesmo ?
Lançada em 2022 pelo Prime Video, a série, baseada nos quadrinhos de Brian K. Vaughan, já chegou cercada de comparação com o fenômeno da concorrência, Stranger Things.
Ambientadas nos lendários anos 80, as semelhanças entre as duas séries meio que para por aí. Se em Stranger Things a nostalgia carrega boa parte da história, com diversas referências a cultura pop oitentista, em Paper Girls essa década ganha cores mais fortes, trazendo para a discussão o racismo, a xenofobia e o machismo da época.

A parte de ficção científica da série é bem interessante, com uma guerra entre viajantes no tempo se desenrolando enquanto as meninas buscam voltar para o seu tempo, mas não é seu ponto forte. Nessa narrativa, o que ganha o público mesmo é a relação das meninas entre si e com suas versões futuras.
Vários filmes já trouxeram essa premissa de encontrar sua versão futura, como o clássico da sessão da tarde De Repente 30, e sempre fazem o espectador imaginar como seria se fosse com ele. Quando as meninas de Paper Girls encaram o que vão se tornar em 1999 e 2019, o choque e a frustração as consome, já que nenhuma imaginou ter o futuro que tem.
Grandes sonhos, como entrar na faculdade, ter uma família e sair de casa ficaram para muitas só no lugar da imaginação e custa até que elas entendam que isso faz parte da vida.
Dificilmente seremos o que sonhamos ser aos 12 anos, e vamos descobrindo, junto com as protagonistas, que não tem problema, pois a vida é cheia de surpresas.
Outro ponto interessante e a construção da amizade entre elas, feita de forma gradativa. Todas são muito diferentes entre si, mas vão se unindo pela sensação de pertencimento que a relação delas vai criando em cada uma.
A série, em seus 8 episódios, é uma grande reflexão sobre as escolhas e descobertas da vida. Para terminar, fica o questionamento: você gostaria de encontrar sua versão futura?
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